segunda-feira, julho 23, 2007

A elfa e a vampira - final

Anna entrou na sala de DCAT alguns instantes antes do professor começar sua aula, que alguns consideravam desnecessariamente negra demais. Sentou-se em uma carteira sozinha. Os livros que tinha ocupavam o outro assento e insinuavam acertadamente que a sonserina não queria companhia naquela aula. Ignorando o fato de o professor ser o diretor de sua casa e estar falando sobre maldições e feitiços defensivos, a morena de olhos verdes começou a escrever algo aleatório no pergaminho. Como um poema, ou uma crônica talvez. Não tinha passado do primeiro parágrafo quando sentiu como se um fantasma tivesse passado por ela. Tremeu involuntariamente. Procurou entre os alunos alguém que talvez tivesse notado o que tinha acabado de acontecer. Foi quando deu de cara com uma morena da grifinória, de orbes castanhas que a observava pelo canto dos olhos, de maneira muito sutil e quase que incessantemente.

Arwen Potter examinava à distância a garota pálida que julgava ser a causa do mal estar que sentia em todas as aulas conjugadas com a Sonserina. Fazia suas anotações sobre a matéria quase sem perceber, às vezes mal olhando para o pergaminho em sua carteira. Dentre muitas das coisas que achava ser fruto da sua imaginação deveras fértil, atribuir aquela sensação estranha à novata desconhecida não parecia ser mais um dos seus exageros. O anel de Lórien não deixava dúvidas sobre o pressentimento, queimando o dedo anular esquerdo da menina enquanto provocava rodopios leves em sua cabeça e um frio gélido ascendia pela espinha dorsal da semi-elfa. Quase hipnotizada, parou de mover sua pena e seus pensamentos voaram dali para o Madame Puddifoot, pairando exatamente no momento em que conversava com o professor Lupin e recebia os recortes antigos de jornal.

Ela os tinha guardado com cautela, apesar de aparentemente haver desistido de bancar a Marota Holmes. De súbito, sentiu uma chacoalhada de leve trazendo-a de volta ao mundo real. Era Alexis, que percebera o "transe" da amiga.

- Tá tudo bem? - perguntou baixinho.

- Tá. - respondeu monossilábica, ainda tentando juntar os fatos como num quebra-cabeças. O que o focinho tinha a ver com a tomada? Por que foi levada até aquela lembrança? Meneou a cabeça incrédula, ainda se sentindo estranha, e agora tentando evitar olhar a sonserina.

Anna notou que a grifinória que a observava desviou o olhar dela e respondia algo a sua companheira de carteira. Estreitou os olhos esmeraldados. O que é que aquela garota tinha que a deixava tão receosa? Seria talvez algum poder superior? Saberia ela do segredo que Anna guardava? Meneou a cabeça negativamente afastando esses pensamentos para longe. Não era possível. Foi quando a voz pro professor Snape cortou seus devaneios ao dirigir-se a ela.

-Senhorita Beckinsale - ele chamou calmamente, mas com um olhar furioso - Não costumo ter que chamar a atenção de alunos da minha própria casa, entretanto terei que fazê-lo se não me responder corretamente à pergunta que lhe farei.

Anna nada retrucou. Fitava o professor calmamente. Sentia vários olhares em si. Professor Snape repreendendo alguém da sua própria casa? Não, isso definitivamente não era normal.

-Eu acabei de falar que não existe maldição que possa ressuscitar os mortos. Entretanto há uma exceção a regra. A senhorita saberia nos dizer qual é?

-Sim - ela respondeu com uma frieza e calma que chegavam a ser penetrantes. - Entretanto não creio que se deva referir-se a isso como uma "maldição que possa ressuscitar os mortos". Eles se tornam zumbis. Nada mais que fantoches comandados por aqueles que conseguem executar o inferi com perfeição.

A sala ficou em silêncio aguardando a resposta do professor. Ele curvou o lábio no que acreditaram ser um meio-sorriso e prosseguiu sua aula. Todos então voltaram a suas anotações habituais.

- Inferi? - Arwen murmurou baixinho para Alexis ao seu lado - Ele não falou nada sobre isso. Como ela sabia?

- Vai saber... - a outra respondeu no mesmo tom baixo, mas ainda assim displicente - Ela é muito estranha. Viu como é pálida? Tá precisando tomar um solzinho hein?

- Olha só quem fala! - retrucou Potter com os cabelos negros formando uma cortina sobre seu rosto - A nua maldizendo a pelada!

Depois de um resmungo baixo e ininteligível da srta. Dumbledore e de umas poucas risadas abafadas não contidas vindas de si mesma, a grifinória de orelhas pontudas descortinou o rosto, ajeitando as madeixas negras atrás das orelhas. Fingia anotar a aula, mas seus pensamentos voavam outra vez. Mas não para o passado, nem para algum lugar distante. Estava ali mesmo, nas masmorras do morcego Snape, fixo na garota estranha. Não a encarava mais, porém não conseguia desviar a mente dali.

"Conhece bem artes das trevas, pelo que vejo... Quem será e de onde ela vem?" - pensava, enquanto rabiscava arabescos e bolinhas no pergaminho. "Muito estranho... mas não tenho nada com isso, a vida alheia não é da minha conta."


"Claro que é! A dela é sim!”
- respondia uma vozinha lá dentro da sua cabeça - "Se não fosse, o anel não arderia em sua mão, sua tola!"

Suspirando fundo, tentando se conter, olhou novamente de esguelha para a menina mais adiante. Prosseguiu seu debate consigo mesma.

"Nem tudo o que reluz é ouro e nem tudo o que arde no meu dedo é coisa do anel ou seja lá do que for de magia élfica. Se fosse assim, quantas outras vezes meu dedo teria queimado? Estou ficando louca, definitivamente, estou discutindo comigo mesma! Que absurdo!"

- Pois então, srta. Potter, menos 20 pontos para a Grifinória por estar falando sozinha. Não consegue segurar a língua dentro da boca nem para conversar com seus botões?

Ela se ajeitou na carteira, olhando sem graça para o professor diante dela e da amiga. Alexis olhava para o lado contrário, para não piorar ainda mais a situação.

- Já que está tão bem no assunto que pode se dar ao luxo de conversar sozinha, a senhorita poderia me dizer o que pode como se defender de um inferi? Se é que sabe do que estamos falando...

Ouviu um soar de risos da platéia sonserina, menos de duas pessoas ali presentes: Selina Grant e Anna Beckinsale permaneciam sérias, observando a grifinória à distância.

Arwen de fato não fazia a menor idéia de como se defender daquelas criaturas horrendas. Sabia o que eram por alto, já que eram repetidamente mencionados nos panfletos e cartazes do Ministério da Magia. O que aconteceu em seqüência foi tão súbito quanto o mal estar e quanto a discussão consigo mesma. Respondeu segura, como se dominasse o assunto. Ouvia claramente uma voz melodiosa soprando a resposta em sua singela orelhinha. Encheu-se de si mesma e respondeu ousadamente.

- Fogo, professor. - e sentiu os olhos amarelados da marota amiga ao seu lado, encarando-a com ar bestificado - Basta atear fogo em algum lugar para que os mortos-vivos se afastem e nos deixem em paz.

Respirou aliviada, mas sem saber de onde saíra aquilo. Não tinha dúvidas de que não havia errado a resposta. Fixou os olhos vítreos cor-de-mel nos escuros e estreitos do professor, quase com ar de desafio.

- Menos 5 pontos para a Grifinória pela petulância de responder algo à frente da matéria dada.

Alexis abriu a boca para protestar, mas Arwen a beliscou por debaixo da mesa, fazendo com que a companheira se calasse antes de falar. Melhor deixar como estava, perder mais pontos só atiçaria a ira de sua casa contra elas.

Anna estreitou os olhos pela segunda vez na aula. Era por isso então, em grande parte, o motivo da rivalidade entre sonserinos e grifinórios. A sonserina deu ombros para os próprios pensamentos. Era tolice discutir consigo mesma, aquela era uma aluna que não parecia ter nada de excepcional além da inteligência e da beleza. "E das orelhas pontudas" - uma vozinha na sua mente falou suavemente. Anna mordeu o lábio inferior com força quase fazendo-o sangrar. Tinha alguma coisa errada. "Você nunca realmente deu bola pra esses instintos vampíricos antes Anna, não vá dar agora e arranjar confusão logo de cara na escola nova" - ela repreendia-se mentalmente. Enquanto travava uma luta particular em sua mente não notou que os lábios já tinham começado a sangrar e que o som da voz do professor parecia estar se afastando cada vez mais. Piscou repetidamente. Via vultos pelo canto dos olhos. "E essa agora..." Logo os vultos começaram a se multiplicar e quando, finalmente uma gota de sangue pingou no pergaminho ela parecia ter sido engolfada pela escuridão. Tinha perdido a noção do tempo.

Olhou ao seu redor. Novamente os olhares da sala estavam em si.

-Senhorita Beckinsale, a senhorita está bem? - o professor perguntou.

Anna acenou afirmativamente com a cabeça. Não sabia o que tinha acontecido. Via alguns pingos de sangue no pergaminho que deveriam ser as anotações da aula. Passou a mão nos lábios limpando o restante do sangue. Professor Snape pigarreou e todos se voltaram para ele.

-Agora, já que a senhorita Beckinsale pôde voltar a si podemos dar prosseguimento à aula - ele falou em um tom desafiador. Ninguém ousou protestar.

Mais tarde, Anna fez uma anotação mental, de perguntar a Selina que diabos havia acontecido com ela.

Alexis deu um cutucão em Arwen, que agora encarava explicitamente a garota estranhamente bela da casa "rival". A cena de minutos antes se repetia em sua frente inúmeras vezes - Beckinsale escorregando pela carteira, com os braços pendidos, pescoço amolecido, porém virado para diante, olhos verde-esmeralda muito vivos, mas distantes, perdidos em algum lugar longínquo, fora de si... A pele pálida da garota se transformando em porcelana alva e fria, o sangue sumindo das veias enquanto os dentes dilaceravam o lábio inferior da menina e pintava de vermelho o rosto, as vestes e o material da garota. Um novo arrepio gélido percorreu a espinha da grifinória, que outra vez sentiu o mundo girar, mas conteve-se. Não daria mais motivos para descontos na pontuação da sua casa, nem mais shows para os expectadores de ambas as turmas. Entretanto, a pouca concentração que possuía se esvaiu. A visão da sonserina fora de si se repetia infinitas vezes, como uma tortura.

- Zoreia??? Tá me ouvindo? Acorda, filha de Merlim sem calças, a aula acabou, você vai ficar aí?

Alexis a despertara do seu sono profundo ainda que ela tivesse consciência de que se mantivera acordada o tempo todo. Quanto tempo se passou, não soube avaliar de imediato. Irritadinha a olhava cabreira, enquanto Arwen verificava se a sonserina novata estava bem. Viu Beckinsale sentada ainda em sua carteira, recolhendo muito devagar seu material. Teve ímpeto de se levantar e dirigir-se até a garota, mas repreendeu-se de novo. Precisava sair das masmorras o mais rápido possível, precisava de ar, precisava de sol, luz, calor... Necessitava urgentemente respirar. Mas os dias sombrios que pairavam sobre todos não permitiriam nada além de oxigênio para restaurar a vitalidade da grifinória, que mais uma vez sentia o peso do anel herdado de sua mãe. Saiu em passos apressados, quase correndo do subsolo da escola, deixando Alexis para trás.

Por Arwen e Anna Valerious.

terça-feira, julho 17, 2007

A elfa e a vampira - parte 1

As corujas sobrevoavam as mesas no salão principal da escola. Era o primeiro dia de aula após o fim de semana friorento que brindou os alunos de Hogwarts. Uma certo pesar incomodava a grifinória de orelhas pontudas, sentada na mesa da sua casa, mal ousando beliscar um pãozinho. Era aula de DCAT. Nas últimas semanas todas as aulas em conjunto com a Sonserina haviam sido uma tortura para a garota, e mesmo não dizendo nada a ninguém, suas amigas notavam que havia algo errado. Alexis principalmente, que dividia a carteira com a amiga em todas as aulas.

- Zoreinha, num vai comer nada não? - perguntou preocupada.

- Vou, eu acho... - respondeu evasivamente.

- Hora de irmos! - Dumbledore se levantou recolhendo a mochila e puxando a amiga.

No caminho, conversavam banalidades e Arwen acabou se distraindo. Desceram as escadas escuras, frias, iluminadas pelos horripilantes archotes e chegaram nas masmorras. Acomodaram-se como sempre, pegaram o material escolar, depositando livros, pergaminhos e penas sobre a carteira. Tudo parecia muito bem, obrigada. Tudo muito normal, corriqueiro e cotidiano. E eis que a pequena grifinória de olhos cor-de-mel mais uma vez teve uma de suas vertigens. Começou como sempre, um arrepio gelado na espinha, o anel pesando e queimando sua mão e o calor subindo pelo seu braço esquerdo, deixando-o adormecido. A sala de aula então começava a girar e ela acabava abaixando a cabeça apoiando-a nos braços cruzados em cima da mesa. Respirava fundo, as paredes paravam de se mover lentamente e o foco voltava à sua visão. Às vezes era mais intenso, outras mais ameno, outras ainda muito rápido. Alexis e Daryl insistiam em levá-la até Madame Pompom para fazer uma avaliação geral, mas ela se recusava. Sabia que de nada adiantaria. Tinha certeza de que era algo ligado às suas faculdades (ou seriam dificuldades???), e as escassas pessoas que conheciam sua origem e seus talentos pouco comuns já lhe haviam advertido de que o socorro não seria fácil caso precisasse de ajuda: muito pouco se sabia sobre o povo élfico desaparecido do mundo há tantas eras. Logo, teria de se virar sozinha.

O que a deixava intrigada era a forma como aquilo começara. O que tinha demais em dividir aulas com a Sonserina??? Não era da turma do Malfoy e sua gangue, tinha bom relacionamento com alguns colegas da casa das serpentes... E de um momento para o outro as aulas com os discípulos de Slytherin começam a ser uma verdadeira sessão de tormento para a semi-elfa.

Já estava refeita quando sentiu outra onda de frio tremer o corpo e tirar o ambiente de foco. A visão turva vislumbrou um vulto muito pálido, com uma sombra negra sobre a cabeça caindo pesadamente sobre os ombros e as costas, que ela julgava ser uma cabeleira lisa... E um par de faróis verdes faiscantes. A visão foi entrando novamente nos eixos e o vulto se mostrou uma garota muito pálida, de longos cabelos negros e lisos e olhos verde-esmeralda. Notou que a menina que acabara de entrar nas masmorras também tremia de frio. Abraçava o próprio corpo e olhava para os lados, como que procurando o vento frio que a atingira.

Desde então, não se concentrava, mal ouvia as palavras do mestre de DCAT. Era a quarta aula consecutiva que isso acontecia, mas nunca ela havia identificado uma possível fonte para o mal-estar. Mas o que tinha a novata a ver com aquilo? Devia estar ficando louca, ela pensava. Naquela aula, em específico, passou quase todo o tempo analisando a estranha e vez ou outra, sentindo outros episódios mais discretos do inconveniente mal-estar.

"Se isso durar o ano inteiro, vou precisar de reforço em DCAT, Poções e TCM" – pensava enquanto encarava a sonserina estranha – "Ainda bem que tenho vários amigos corvinais..."

Ajeitando-se novamente no assento, apoiou o queixo fino sobre os braços cruzados, enquanto tentava, mais uma vez, concentrar-se no conteúdo ministrado nas aulas. Depois tentaria descobrir o que havia de estranho acontecendo com ela. Não antes sem virar-se discretamente para trás para dar uma olhadela na sonserina novata, que inesperadamente, também a encarava.

Continua...

Por A. Potter e Anna Valerious

terça-feira, maio 01, 2007

Dois rapagões e uma pequena dama - final

Perdida em seus devaneios, a grifinória de orelhas pontudas continuava estática na beira do lago. Ou ela estava ficando louca ou estava despencando um ligeiro penhasco para o lufano quando acreditava estar interessada em outro rapaz, um corvinal criador de hipogrifos. O que não era de todo ruim, afinal, apesar de conhecer pouco Chris Storm ele parecia bem mais acessível e tão interessante quanto Belmont. Mas poderia ser que aquela demonstração de solidariedade que ele mostrara na festa da torre de astronomia fosse apenas o jeito cavalheiresco do rapaz. Não conhecia muitos ingleses criados na Grécia, mas o pouco que conhecia daquele país dizia que os rapazes que viviam lá deveriam ser bem gentis... Por outro lado, Josh era educado, reservado, não menos gentil, bonito, inteligente...

- Oh dúvida cruel! - uma sonserina brincou ao ver a garota imersa em seu poço de dúvidas.

Arwen levantou os olhos e esboçou o que seria um meio-sorriso. Fora pega de surpresa, não imaginou que algum conhecido a pudesse encontrar matando aula.

- Ahn, oi, tudo bem, Selina?

- Comigo tudo bem, mas ao ver a fumacinha que saía da sua cabeça, vim ver se estava bem. - A sonserina sentou ao lado da garota sem nenhuma cerimônia.

Selina esperou um pouco para ver se a grifinória falaria algo. Ao vê-la olhando o lago novamente e suspirando várias vezes, teve que falar novamente.

- Sua dúvida seria algo relacionado ao que falei na festa?

- Acho que sim... - a grifinória respondeu - Pelo menos tem a ver comigo no meio daquilo, se é que realmente houve algo naquelas entrelinhas... Mas você é empata, deve saber como eu estou me sentindo, não? - e tornou a olhar a moça de cabelos azuis.

- Saber o que está sentindo é muito complexo. Vejo claramente sua confusão, conta? Não foi difícil somar dois mais dois e entender sua dúvida.

Ao ver a grifinória perdida em pensamentos Selina quis ajudá-la. A sonserina não sabia porque, mas sentia uma certa afinidade com Arwen. Esta, por sua vez, sorriu um pouco encabulada para a garota, desviando seu olhar para diante de novo.

- A duvida inicialmente não era minha, mas passou a ser. E quando passa a nos dizer respeito, o que parece óbvio de repente se mostra confuso e nada direto. O que eu quero dizer é que eu estava quase certa dos meus sentimentos ainda vacilantes, e agora não estou mais. Difícil entender isso? - Arwen estava sendo honesta, e não sabia dizer exatamente porque confiar em uma pessoa conhecida, mas não íntima, ainda mais sendo esta uma sonserina. Mas a verdade era que Selina Grant lhe inspirava algo mais do que os limites da boa educação, era-lhe fácil conversar com ela e simpatizar com aquele jeito meio louco de ser – que a Zoreia sabia, intimamente que era mais uma fachada do que qualquer outra coisa.

- Não é tão difícil de entender, mas você está pensando demais e exatamente por isso está fundindo sua cuca. - A sonserina via o rosto normalmente risonho de Arwen triste e brincou um pouco. - Deve ser muito difícil ser disputada por um moreno corvinal lindo e um lufano grego maravilhoso...

A grifinória cedeu à gracinha e riu.

- Claro, claro, e o que você me sugere? Que eu fique com os dois? Sério, eu acreditava estar me interessando pelo Josh, mas confesso que essa aparição repentina do Storm está mexendo com os meus brios. Não me pergunte porquê, é algo que olhando retrospectivamente, acontece desde a primeira vez que conversamos. Sabe, às vezes eu sinto algo familiar nele... Não sei... E eu, que achei que nunca fosse me interessar por alguém de novo, eis-me aqui tentando compreender os motivos que me levam a querer... Dois? Aff, eu estou ficando maluca!

Abrindo um sorriso maroto, a sonserina não conseguiu não brincar mais.

- Se todas tivéssemos esses problemas na vida... Por que escolher quando se pode ter os dois? - Selina virou para a Arwen e falou um pouco mais sério. - Brincadeiras de caras gatos a parte, porque você simplesmente não faz nada a não ser observar suas próprias reações a eles? Você mesma vai se dar uma resposta com o tempo. E se não conseguir entender o que sente, me chama que eu vejo para você e te digo... Ou faça o test drive com os dois... Te garanto que não vai arrancar pedaço...

- Pode deixar, vou me lembrar disso quando estiver com dúvidas existenciais outra vez. - a grifinória respondeu esboçando um sorriso e continuou após uma pequena pausa - Sabe, tudo o que eu estava precisando agora era de um pouco de sossego, e talvez essa confusão seja gastar energia de maneira desnecessária. Minha vida virou de pernas para o ar, minha mãe morreu faz menos de 6 meses, terminei algo que não sei se poderia ser chamado de namoro logo em seguida e acho que eu preciso mesmo me dar um tempo pra me organizar.

A sonserina não sabia o que tinha acontecido ou não na vida de Arwen. Elas nunca conversaram sobre nada assim e ela não procurava saber algo do passado alheio a não ser que fosse necessário, o que não era o caso da grifinória. Selina sorriu levemente e ficou ali quieta ao lado da outra. Se ela precisasse falar mais alguma coisa, estava disposta a ouvir.

- De qualquer forma, obrigada por tudo, Selina. Você tem sido uma pessoa paciente e maravilhosa comigo. Se precisar de alguma coisa... - a menina de orelhas pontudas tirou de um dos bolsos da veste um broche de pergaminho e o ofereceu à sonserina - é só chamar.

- Chamar com isso? - Ela olhou esperando a explicação de como funciona.

- Ah, sim, com isso... Eu e as meninas, a Dani e a Alexis usamos para nos comunicarmos, quando precisar aponte a varinha para o pergaminho e pronuncie o feitiço Conectium Arwen. Se você olhar bem para o pergaminho ele vai te mostrar onde estou. E o meu vai acender, avisando que alguém me conectou. Engenhoso, não é? Dani Lupin é quase um gênio, às vezes...

- Estou impressionada com a Lupin, não esperava algo tão engenhoso... Depois vou perguntar para ela como criou.

Arwen estava particularmente feliz em entregar um "comunicador instantâneo maroto" para Selina. Talvez ela ainda não tivesse notado, mas estava se tornando uma pessoa verdadeiramente importante na vida conturbada da Zoreiuda, contrariando os preconceitos básicos entre as casas de Hogwarts.

- Bem, Sel, agora eu vou indo... Hora de voltar ao mundo real e encarar uma aula de Estudo dos Trouxas. Até mais!

- Eu não estou com vontade de assistir aula nenhuma. Até...

Enquanto olhava a grifinória voltar para o castelo, Selina pensava no pequeno objeto que estava nas suas mãos. As duas garotas se conheceram em um choque de poderes e depois disso simplesmente se aceitaram sem problemas. A sonserina se perguntava se algo mais tinha acontecido naquele curto-circuito mental que houve entre elas ou se estava sendo algo espontâneo. Dando os ombros a sonserina não quis mais pensar no assunto, não poderia fazer mais nada agora. Iria aproveitar a nova amizade que estava surgindo...

Por Arwen e Selina
Arwen Lórien Potter às 20:58 h

domingo, abril 22, 2007

Dois rapagões e uma pequena dama - parte 2

*** Continuando o flashback do post orelhudo anterior ***

"Pela estrada afora eu vou bem contente
Levar esses doces para Irritadinha
Ela está lá longe e o caminho é deserto
E o Sebosão passou aqui por perto."


- Sério? Snape esteve por aqui? E ele nos viu? - Josh perguntou intrigado.

- Ah, maneira de dizer, Belmont! - a marota retrucou.

- Snape? O que tem o Snape? - Chris olhava de um para o outro sem entender direito o que estava acontecendo.

Arwen respirou fundo e respondeu sorrindo:

- Santa inocência, você não percebeu ainda que o Snape é o sujeito mais engordurado de toda a Inglaterra?

Storm coçou a cabeça.

- Talvez seja esse o problema, eu cheguei em território inglês faz pouco tempo.

Enquanto cantarolava, nossa orelhuda de plantão caminhava aos pulinhos pelos corredores abandonados da escola de volta para a torre de astronomia, o novo "cerimonial" de Hogwarts, em companhia dos dois mancebos solícitos e prestativos que a seguiam abarrotados de cestas e sacolas. Após alguns poucos minutos de caminhada, o trio parou defronte a entrada da torre, finalmente dando as caras com a comida prometida.

- Ótimo, já não era sem tempo, dona Orelha. - Alexis os recebeu na porta, se apropriando de algumas sacolas e, em seguida, observando o rapaz da Lufa-Lufa que germinou no solo da torre de astronomia - E esse moço aqui? É de comer também?

- Se puder entrar, sou de sabor texugo. - Chris sorriu para Alexis.

Zoreia riu.

- Nah, esse é Chris Storm, estava perdido nas proximidades da cozinha e resolvi trazê-lo para a festa. Storm, essa é Alexis Dumbledore, minha amiga e irmã adotiva. Ei, aquela é a Dani? Lobinhaaaaaaaa!

A grifinória de orelhas pontudas se atirou nos braços da amiga.

- Finalmente você conseguiu escapar das garras do morsa! Storm, essa é a Dani Lupin. Dani, esse é Chris Storm.

O lufano anotou mentalmente o nome da outra amiga da Arwen, se continuasse assim não iria lembrar mais nenhum quando saisse da festa.

- Muito prazer conhecê-lo. Bom, marotinha, que tal colocar as coisas naquela mesinha ali e... Ei, você poderia arrumar a mesa com os petiscos? Estou ocupada com a ambientação da reunião... Divirtam-se meninos. - E a Irritadinha virou-se para circular entre os convidados (ou não).

Resignada, a marota de grandes e pontudas orelhas voltou-se para a mesa indicada pela amiga, cantarolando de novo, mas dessa vez uma nova canção.

- Lerê lerê lerê lerê lerê...

Chris observou silenciosamente a menina pegando algumas cestas para dispor seu conteúdo na mesa. Uma idéia atravessou rapidamente a sua cabeça e antes que pudesse pensar no que fazia, estava dividindo as cestas com a garota.

- Deixe-me ajudá-la com isso... Além de carregar, o que mais posso fazer? - ele se ofereceu?

- Dê-me aqui um pouco disso também. - Belmont tomou o que restava da carga que a menina carregava para si, dirigindo-se à mesa.

- Bom, e eu? Só arrumo a mesa? - Arwen perguntou olhando de um para o outro.

- Como uma boa dama. - O lufano sorriu para a grifinória

Em pouquissimos minutos os dois rapazes arrumaram tudo para Arwen, que somente ficou vendo aquela cena única. Parecia que os dois queriam terminar um antes do outro. Antes que pudesse falar qualquer coisa, a grifinória sentiu seu braço sendo puxado e virou para ver quem era.

- Acho que você vai precisar de uma ajuda. - Selina falou sorrindo.

- Mais uma? Eles já terminaram, não precisa se incomodar. Obrigada de qualquer forma - Arwen olhou confusa para a garota de cabelos azuis e sorriu sem graça.

- Vem comigo elfa inocente... - A sonserina sorriu marotamente para Arwen.

- Que foi? Que houve? Selina... - A garota falava confusa enquanto era puxada para um lado mais afastado do pessoal.

Ao pararem na janela Selina virou para ver como estavam os dois rapazes que antes estavam auxiliando a grifinória de orelhas pontudas, os dois se olhavam discreta e seriamente. Arwen virou para onde a sonserina olhava e ficou tentando entender o que ela estava vendo, mas tudo o que via era Joss e Chris olhando rapidamente um para o outro.

- Você realmente não está vendo? Até para os seres "normais" está ficando óbvio. - A sonserina estava quase rindo da situação. - Desde o nosso pequenino choque eu tenho conseguido controlar melhor o que vejo, ainda não te agradeci.

- De nada, mas o que isso tem a ver comigo?

- Arwen, está bem claro que os dois estão disputando sua atenção. Está certo que eu consigo ver o que eles estão sentindo e está bem engraçado vê-los quase brigando um com o outro e sendo educados ao mesmo tempo, mas você estava me parecendo meio tonta naquele meio e quis te avisar.

A grifinória de olhos castanhos cor-de-mel fitou intrigada, a sonserina diante de si. Até fazia algum sentido o que ela estava dizendo, mas ao mesmo tempo aquilo lhe parecia tão surreal que nem de longe era fácil acreditar que fosse verdade. Lançou um olhar de esguelha para os dois rapazes, que continuavam seus "preparativos" e, virando-se novamente para Selina, disse:

- Obrigada, Selina. Quanto ao tonta, faz parte do meu jeitinho pamonha de ser. Talvez eu consiga processar essa informação confusa e atravessada algum dia - Arwen meneou a cabeça - Bom, vou voltar para o preparo da mesa, eu até te convidaria pra me ajudar, se... Bem, e, você já viu até mais do que eu... – e finalizou dando os ombros.

Selina sorriu para a garota diante de si.

- Se quiser conversar depois, quando estiver tudo mais claro...

************ fim do flashback ************

Continua...


Escrito por Zoreia, Selina, Josh e Chris.

quinta-feira, abril 12, 2007

Dois rapagões e uma pequena dama - parte 1

Uma grifinória de cabelos longos e negros estava sentada à beira do lago numa tarde extraordinariamente fria. Enquanto Arwen Potter riscava a grama com um galho seco que encontrara nos arredores de onde estava, a garota aproveitava para tentar colocar os pensamentos em ordem. Dava graças a Merlin por ter um horário sem a companhia das suas amigas. Não que elas a incomodassem, mas naquele momento, a zoreiuda-mor de plantão precisava ficar sozinha para pensar. Estava num daqueles momentos "eu comigo mesma" que aproveitava para pensar na vida e tomar decisões, ora importantes, ora nem tanto.

O assunto em pauta na sua cabecinha ainda era a festa na torre de astronomia, a reunião clandestina para os barrados no baile do clube do Slug. É verdade que já se passara algum tempo desde o ocorrido, mas desde então tudo pareceu ficar ainda mais confuso do que já estava. Como se não bastassem todos os problemas e mistérios envolvendo sua família, suas origens, ela ainda tinha que arrumar mais sarnas para se coçar.

Na ocasião do passeio a Hogsmeade, após a desagradável experiência de encher a cara de firewisky, Arwen acreditou estar ligeiramente interessada no amigo corvinal. Naquela circunstância isso não ficara claro para a garota, mas depois de alguns dias, pode enxergar isso de forma mais fácil. No entanto, quando tudo parece estar de um jeito, a mão do invisível pega o mundo e o vira de cabeça para baixo.

********* Flashback ***********


Um rapaz da lufa-lufa voltava para o salão comunal da sua casa imaginando como estaria a festa que muito falaram que aconteceria. Não esperava ser convidado, não era só novo lá, mas seus pais e familiares não era famosos nem importantes. Não do modo que o professor de poções achava, para ele seu pais eram únicos. Chris Storm saiu dos seus pensamentos ao ouvir uma voz conhecida à sua frente, mais exatamente perto da cozinha. Sorrindo, ele foi ver se teria uma boa companhia para uma boa conversa.

O lufano ficou satisfeito ao reconhecer quem vira primeiro - a grifinória de orelhas pontudas que ele conhecera numa ocasião um pouco estabanada - a menina estava num dos corredores semanas atrás, esparramada no chão e o rapaz, distraído, tropeçou na moça, provocando um pequeno ataque de ira na grifinória. Depois disso, tornaram-se colegas amigáveis e ele realmente gostava da companhia engraçada da menina. Como havia chegado a pouco tempo na escola e, ainda por cima, contra a vontade dos pais, Chris não tinha ainda muitos amigos e se sentia sozinho.

Arwen Potter estava na festa improvisada por Alexis na torre de astronomia no dia da reunião do Slug Club e em algum momento, notaram que não havia a segunda coisa mais importante numa festa: comida. Ato pensado, isso a Zoreia tinha certeza absoluta, Irritadinha a colocou pra fora da torre para procurar comida. De companhia e ajudante, convocou Josh Belmont para escoltar a marota-maria e ajudá-la a carregar as cestas enquanto Alexis recebia os convidados. Assim, os dois amigos caminharam em silêncio até o quadro da fruteira, no subsolo do castelo, na esperança de surrupiarem algumas guloseimas na cozinha. Foi durante a chegada da dupla na entrada do alvo que Arwen se sobressaltou de leve com a aparição repentina do garoto da Lufa-Lufa.

- Se tem algo que já aprendi na minha pequena estada em Hogwarts é que todos sabem o caminho da cozinha. - O lufano brincou, chamando a atenção do outro rapaz que acompanhava a zoreia.

A grifinória sorriu espontaneamente para o recém-chegado e Belmont o cumprimentou com um menear de cabeça.

- Você quase me mata do coração, Storm. E não sei se todos sabem o caminho da cozinha, mas a marotada com certeza conhece desde os primeiros dias por aqui... - a garota respondeu – Tudo bem com o senhor?

- Tudo bem. Somente indo para meu salão e flagrando alguns ladrões de lanches... - O lufano sorriu em resposta ao comentário da grifinória e depois virou para Belmont, respondendo o cumprimentando.

Ao ver os dois sozinhos na sua frente Storm achou que estava atrapalhando algo. Na última vez tinha mais um outro rapaz na mesa da biblioteca, mas pelo horário e os dois estarem sozinhos, achou que poderia estar empatando.

- Eu... Não queria atrapalhar vocês dois, desculpa. Vou para a Lufa. Até. - Ao falar isso, o lufano não soube dizer por quê, mas algo dentro dele pedia para ficar.

A grifinória corou com o comentário do lufano e o corvinal, vendo que o rapaz estava interpretando as coisas de uma maneira equivocada, tratou de tentar consertar aquilo.

- Você não está atrapalhando de forma alguma, Storm. Fui designado por uma senhorita mandona a escoltar a jovem aqui durante o assalto, e isso é tudo. - Josh explicou sem muita empolgação.

- É, inclusive... Bom, você não está na festa do Slug e isso é um tanto óbvio... O que vai fazer nas próximas duas ou três horas? - Arwen sondou educadamente.

- Deixa eu pensar... Provavelmente irei ficar lendo algo na minha cama. Por quê? - Chris ficou curioso com o comentário dos dois e feliz com a resposta que ouvira de Belmont.

A garota sorriu.

- Bom, faz parte da tradição marota não nos enveredarmos pelo lodaçal do puxa-saquismo e não partilhar de reuniões do gênero... Bem, embora a Lupin não tenha conseguido cumprir o propósito. De qualquer forma, estamos angariando convidados para uma reuniãozinha secreta na torre de astronomia para os excluídos por pura e espontânea vontade da festinha do Slug. Tá afim?

O rapaz abriu um sorriso de orelha a orelha sem perceber. O convite da menina veio em hora providencial, era exatamente o que ele estava precisando.

- Claro, estou dentro! Isso é, se eu não for atrapalhar, é claro...

- Já dissemos que não atrapalha - Arwen deu os ombros - Além do que, é mais um braço robusto do sexo masculino para me ajudar a carregar as cestas. Com aquele monte de sonserinos instalados lá em cima, acho que vamos precisar de muitas provisões.

- Ótimo, então. Por onde eu começo? - o lufano perguntou ansioso.

- Que tal entrando na cozinha com a gente? - a marota respondeu com uma piscadela de olho.

*Continua*

Escrito por todo mundo aí em cima

sábado, janeiro 27, 2007

Barrados no baile - Final

Eis que um broche em formato de uma miniatura de pergaminho nas vestes de Alexis Dumbledore reluziu pela segunda vez. Arwen entendeu o código. A grifinória de olhos de gato tomou a peça em suas mãos e a observou atentamente, estreitando os olhos.

- Perfeito! - Alexis falou - Purple vai abandonar a festa do Super-Lesma-Ativar! e vem pra cá.

Nem tempo para comemorar a bagunça que estavam prestes a fazer a garota de orelhas peculiares teve. Em seguida, o seu próprio broche também reluziu discretamente.

- Bill também vem. - Arwen sorriu - E pelo que conheço do nosso amigo, com certeza ele trará a mocinha da Lufa-Lufa, a Julianne... - a garota parou de falar por alguns segundos, colocando o dedo no queixo e virando os olhos para cima, pensativa. Continuou em seguida - Você não acha que aí tem coisa? Esses dois, sei não...

Alexis bufou irritada (pra variar).

- Zoreinha, não é hora de pensarmos em romances, mas em diversão. Eu hein, que coisa! Parece que todo mundo nesse castelo só vê corações voejando para todos os lados! Precisamos de mais ciência e menos l'amour.

A semi-elfa não aguentou e riu.

- Ciência?

- Claro! - Irritadinha anuiu. - Ciência sim, ou você não viu que estamos na torre de astronomia? Parece que não sei, eu hein. Você hoje está mais tonta que a encomenda ou é impressão minha?

Arwen sacudiu as mãos e botou meio palmo de língua pra fora.

- Nah, você hoje está mais resmungona do que nunca. Pena que a Lobinha não pode estar aqui com a gente... Bom, eu acho que a nossa amiga Avoada não iria pra festa do Slug com o broche de convocação marota, mas não custa tentar né?

A garota pegou sua "jóia" na mão, tentando localizar a Lobinha mais uma vez.

Em cima de uma das camas do dormitório das quintanistas da Corvinal, um pequeno broche piscava insistentemente, preso numa veste negra. Suze Pettigrew desviou o olhar assustada para o objeto reluzindo sobre o leito de Dani Lupin. Não contendo a curiosidade, pegou para ver mais de perto. Afinal, a "prima" era cheia das marotices e todas elas, ou pelo menos a maioria, eram divertidas... Numa noite monótona como aquela, seria bem-vindo rir um pouco de mais uma excentricidade marota.

O que Pettigrew pode enxergar, no entanto, lhe pareceu longe de ser uma coisa engraçada, mas era interessantíssima. Praticamente uma miniatura do desaparecido mapa do maroto, de acordo com o que lhe fora descrito pela Dani, que por sua vez nunca havia visto o mapa, mas seu progenitor adotivo havia descrito como era. E o tal "mapa" em miniatura piscava num ponto interessante do castelo: a torre de astronomia.

Colocou de volta o broche onde estava. Passou a mão no seu casaco, e saiu do dormitório decidida. Era para lá que iria. Quem sabe não encontraria um pouco de diversão? Era tudo o que ela precisava enquanto alguns gatos pingados se divertiam na festinha de puxa-sacos do Slug e outros, pra variar, estudavam.

Por todo mundo aí em cima.
Arwen Lórien Potter às 20:52 h

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Barrados no Baile - parte1

- Ok, todo mundo indo praquela festa do Slug e nós vamos fazer o quê, posso saber? - Arwen estava irritada após saber que sua fiel escudeira-quase-clone, a Lobinha, acabara de trair-lhes a confiança e estava se debandando para a reuniãozinha de puxas do professor de Poções.

- Você sabe muito bem minha opinião a respeito desse tipo de festinha, num sabe dona Zoreia? - Alexis retrucou - Afinal, não faz o meu tipo simpático anti-morsas ficar frequentando esse tipo de reunião.

- Eu sei que não, mas achei que fôssemos fazer uma baguncinha básica, nós três... E olhe só, onde a Lobinha foi parar... - Arwen continuava resmungando.

Irritadinha deu um pulo do malão onde estava sentada. Enrolou-se no seu cachecol vermelho e dourado, e já estava caminhando rumo à porta quando voltou-se para trás, encarando uma Potter com cara de quem não estava entendendo patavinas.

- Vai ficar aí parada ou vem comigo? Temos uma festa particular para provideciar. - a marota Dumbs interrogou a Zoreia com ar de impaciência.

Quietinha, a grifinória de orelhas pontudas desceu de sua cama confortável, vestiu sua capa e também se enrolou num cachecol. Seguiu obediente a amiga Irritada até a...

- Torre de Astronomia? Vamos fazer uma festa aqui? Ficou maluca?

- Elementar, minha cara Tonta. - Alexis já retirara a varinha das vestes e agitava no ar, conjurando alguns assentos e uma pequena fogueira. - Ninguém vai querer saber disso aqui num frio desses, com uma baladinha básica acontecendo no castelo, vai? Ah, estou me esquecendo! Temos que convidar os convidados!

Arwen arregalou os olhos.

- Convidados?

- Sim, mocinha. - Alexis retrucou. - Ou você acha que está todo mundo naquela joça de festa?

A grifinória de olhos amarelados consultou o relógio de pulso. Em seguida, disse:

- Bom, acho que só vamos ter o Josh como companhia pra nossa festa. O Purple também está na maldita reunião do morsa.

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